Por G1


Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (27), de olho nas divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com os mercados avaliando o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco central dos EUA), Jerome Powell.

A moeda norte-americana caiu 0,72%, a R$ 5,5758. Veja mais cotações.

Na quarta-feira, o dólar atingiu a maior cotação desde maio e fechou em alta de 1,62%, a R$ 5,6164. Na parcial do mês, já subiu 6,88%, e no ano, tem alta de 39,05%.

O Banco Central fez nesta quinta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.

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Renda Brasil

Na cena doméstica, as atenções seguiram voltadas para as divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e a equipe do ministro Paulo Guedes, em meio a preocupações sobre a agenda fiscal do país.

Na véspera, Bolsonaro desautorizou publicamente Guedes ao rejeitar a proposta apresentada pelo Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil. A proposta previa um benefício maior que o valor atual do Bolsa Família, mas seu financiamento viria do corte de outros programas sociais, como o abono salarial, o seguro-defeso e o Farmácia Popular. Bolsonaro descartou a possibilidade de abolir o abono salarial e deu prazo para que a equipe econômica mude o projeto até sexta-feira.

Os ruídos entre Guedes e a ala desenvolvimentista do governo se intensificaram nas últimas semanas, causando saídas de importantes auxiliares do ministro da Economia e alimentando especulações sobre eventual substituição do chefe da pasta da Economia.

Os agentes do mercado têm avaliado que as divergências dificultam o cumprimento de uma agenda fiscal no sentido de austeridade, o que ameaça manter a dívida pública em trajetória de alta, deteriorando a percepção sobre as contas públicas do país e reduzindo a confiança dos investidores.

"As incertezas atuais são crescentes quanto às diretrizes e viabilidades para o país, e o mercado financeiro literalmente demonstra que, mais do que preocupado, está 'assustado' com os sinais de retrocesso", disse em nota Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.

Cena externa

La fora, a cautela prevaleceu, com as tensões entre Eua e China amargando o clima. Em discurso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apresentou uma nova estratégia agressiva para levar os Estados Unidos de volta ao pleno emprego e elevar a inflação a níveis mais saudáveis em um mundo em que agora acredita que "riscos negativos ao emprego e à inflação aumentaram".

Segundo a nova abordagem, apresentada em um novo comunicado sobre as metas de longo prazo e estratégia de política monetária do Fed aprovadas por todos os 17 membros, o banco central dos EUA buscará alcançar inflação de 2% em média ao longo do tempo, compensando os períodos abaixo de 2% com inflação mais alta "por algum tempo", e para garantir que o emprego não fique aquém de seu nível máximo.

Dados revisados apontaram para uma queda menor do PIB da maior economia do mundo no 2 trimestre, de 31,7%. A primeira estimativa, divulgada em 30 de julho, apontava para uma contração maior, de 32,9%. No trimestre anterior, a queda havia ficado em 5%.

Variação do dólar em 2020 — Foto: Economia G1

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