Por G1


Notas de dólar — Foto: Gary Cameron/Reuters

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (24), puxado por uma melhora de sinal nos mercados externos. Pela manhã, o Tesouro Nacional anunciou volumes e disposição de vencimentos de títulos públicos para leilão, que agradaram a investidores.

A moeda norte-americana encerrou o dia em queda de 1,38%, a R$ 5,5095. Mais cedo, chegou a bater R$ 5,6238. Veja mais cotações.

Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 0,52% no mês. No ano, a alta chega a 37,40%.     

BC divulga redução dos investimentos internacionais no Brasil e contradiz Bolsonaro

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Cenário local e externo

Nos EUA, o número de novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou inesperadamente na semana passada, sustentando a visão de que a recuperação econômica da Covid-19 está perdendo força em meio à diminuição do financiamento do governo.

O Banco Central Europeu alertou nesta quinta que o desemprego continuará a aumentar na zona do euro e que há pouco espaço de alta na demanda por bens de consumo no curto prazo.

Por aqui, o Banco Central (BC) revisou sua projeção para o tombo da economia brasileira em 2020 e passou a estimar uma retração de 5% no Produto Interno Bruto (PIB), ante previsão anterior de tombo de 6,4%. Sobre a taxa básica de juros (Selic), que está na mínima histórica de 2% ao ano, o BC informou que o "espaço remanescente para utilização da política monetária [novos cortes de juros], se houver, deve ser pequeno".

Pela manhã, o Tesouro reduziu a oferta de LFT (título com rentabilidade atrelada à Selic) para 100 mil papéis, ante 500 mil de operações recentes, e elevou a disponibilidade de NTN-F --ativo com tradicional demanda de estrangeiros-- de curto prazo.

No geral, o ajuste feito pelo Tesouro foi elogiado, depois de leilões recentes em que os volumes e disposição dos lotes causaram instabilidade no mercado de renda fixa, o que acabou contaminando o câmbio, tendo de pano de fundo temores sobre a sustentabilidade fiscal do país.

"O ponto-chave é que existe muita volatilidade derivada de um nível de incerteza grande", disse à Reuters Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Haitong, citando um arrefecimento no movimento de compra de dólares depois da disparada registrada na véspera, mas destacando que "ainda há um sentimento de cautela tanto doméstica quanto internacional em meio a risco de uma segunda onda de Covid".

"A rapidez na valorização reflete o risco exterior, e com o risco fiscal local tudo é exacerbado", completou Serrano.

O principal temor dos investidores domésticos gira em torno do teto de gastos, já que há dúvidas sobre como o governo Jair Bolsonaro financiaria um programa de assistência social sem estressar as contas públicas.

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na quarta-feira que a gestão irá manter o teto de gastos e o rigor fiscal e que não haverá propostas para aumentar carga tributária.

Dólar - 24.09.2020 — Foto: Economia G1

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