Por G1


Notas de dólar — Foto: Reuters/Dado Ruvic

O dólar fechou em queda de 1,92%, cotado a R$ 5,5459, nesta quinta-feira (4), com a reação positiva dos mercados diante dos resultados da eleição nos Estados Unidos, com o democrata Joe Biden se aproximando da vitória. O resultado é o menor desde 9 de outubro.

Com o recuo, o dólar passou a acumular queda de 3,35% no mês, embora ainda tenha alta de 38,31% no ano. Veja mais cotações.

O Banco Central realizou nesta quinta-feira leilão de swap tradicional de até 12 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021, disse a Reuters.

Mercado financeiro responde positivamente à ascensão de Biden

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Cenário externo e local

As atenções dos investidores seguem voltadas para a definição do resultado das eleições nos Estados Unidos. Se vencer em Nevada, o candidato democrata Joe Biden terá votos suficientes no Colégio Eleitoral para ser eleito o 46º presidente dos EUA. Para o republicano Donald Trump, o caminho é mais difícil: é necessário vencer na Geórgia, na Carolina do Norte e na Pensilvânia e virar o resultado em Nevada.

Lá fora, as bolsas europeias operavam em alta. Já os preços do petróleo tinham leve queda.

"A possibilidade de Trump judicializar as regras de voto pelo correio ou pedir recontagem de votos em algumas regiões do país já está assimilado no mercado financeiro, que segue em evolução. A expectativa é que o Senado siga liderado pelos republicanos e a Câmara com os democratas. De qualquer forma, cresce a expectativa do novo programa de estímulo [nos Estados Unidos]", destacou a a equipe da Mirae Asset.

Já Comissão Europeia avaliou que a segunda onda da pandemia de coronavírus destruiu as esperanças de uma rápida recuperação econômica na zona do euro. Segundo as novas previsões da Comissão, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cairá 7,8% este ano e a recuperação em 2021 será menos expressiva que o esperado: 4,2%, contra 6,1% da estimativa de julho.

Por aqui, permaneceram as preocupações em torno da trajetória da dívida pública e capacidade do governo de encaminhar um plano crível de recuperação das contas públicas.

As dúvidas sobre como o governo financiaria um programa de assistência social sem furar o teto de gastos têm concentrado as atenções dos investidores locais, que também seguem descontentes com o caminhar da agenda de reformas estruturais. Esse cenário, somado ao patamar extremamente baixo da taxa Selic e a um crescimento econômico fraco, ajudam a explicar a alta acumulada de mais de 40% do dólar no ano ante o real.

Entre os investidores, há uma forte percepção de que as políticas de Biden colaborariam para um dólar globalmente mais fraco, principalmente com a expectativa de aprovação de novas medidas de auxílio fiscal na maior economia do mundo, o que pode dar apoio a divisas de países emergentes.

Para o Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora, embora o dólar possa perder força nos mercados, a tendência é que a volatilidade permaneça por aqui. "Como estamos com um déficit fiscal, podemos sentir de forma diferente a queda da moeda ou nem sentir. A nossa situação fiscal está contribuindo para a alta do dólar e a moeda está extremamente alta, devido ao nosso cenário fiscal bastante preocupante", avalia.

Variação do dólar em 2020 — Foto: G1

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