Notas de dólar — Foto: REUTERS/Dado Ruvic
O dólar fechou em alta nesta nesta sexta-feira (21), mesmo após Câmara reverter votação do Senado e manter o veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão de reajustes salariais a servidores públicos, e tendo como pano de fundo renovadas preocupações sobre o ritmo de recuperação da economia global.
A moeda norte-americana subiu 1%, a R$ 5,6078. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,6325. É o maior patamar de fechamento desde 20 de maio (R$ 5,6875). Já o dólar turismo foi negociado a R$ 5,89. Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o dólar disparou em meio às preocupações sobre a trajetória dos gastos públicos e fechou em alta de 0,43%, a R$ 5,5522. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,6730.
Na semana, a moeda norte-americana acumulou avanço de 3,29%. No mês, já subiu 7,49%, e no ano, tem alta de 39,85%.
Neste pregão, o Banco Central realizou leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021.
Câmara mantém veto de Bolsonaro ao reajuste do salário de servidores
Cena local e externa
Na noite desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados manteve o veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão de reajuste a servidores públicos. A decisão, que evita um impacto superior a R$ 120 bilhões nas contas públicas, foi tomada depois que o Senado votou no dia anterior pela derrubada da proibição, em uma derrota para o governo.
O Ministério da Economia comemorou a votação, afirmando que uma derrubada do veto traria "graves consequências". Na quarta-feira, o ministro Paulo Guedes havia dito que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o país".
“Apesar da vitória expressiva do governo na Câmara, retornamos ao antigo ditado: ‘tudo certo, nada resolvido’”, diz o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. Para ele, “o governo continua refém de suas próprias escolhas políticas e deve concentrar agora os esforços na aprovação das reformas, em especial a tributária e a administrativa”.
No exterior, o viés emitido pelos mercados ainda é de cautela. Os sinais de que a recuperação da atividade econômica global não deve ser em um ‘V’ absoluto começaram a dar as caras de forma mais clara. No Japão, o índice de gerentes de compras (PMI) composto mostrou estagnação em níveis contracionistas para a atividade em agosto.
Já na zona do euro, os resultados mostraram que a recuperação empresarial desacelerou em agosto na zona do euro, particularmente no setor de serviços, prejudicada por sinais de aumento nos casos de coronavírus em várias países.