Por G1


Notas de dólar e real em casa de câmbio no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira *4) — Foto: REUTERS/Bruno Domingos

O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira (18), em meio a um amplo mau humor doméstico por causa da incerteza fiscal e das dúvidas sobre a capacidade do Banco Central de manter os juros baixos.

A moeda norte-americana subiu 2,83%, vendida a R$ 5,3782. Veja mais cotações.

Na semana, o dólar acumulou alta de 0,85%. Na parcial do mês, recua 1,88%. No ano, tem valorização de 34,13%.

Cenário local e externo

Segundo analistas, o câmbio sentiu o desconforto emanado do mercado de DI, no qual as taxas longas disparavam 35 pontos-base, provocando uma escalada na já dilatada inclinação da curva - uma medida de risco.

O mercado de juros vem de dias sob intenso estresse, com crescentes dúvidas sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública diante do forte aumento de gastos para combater os efeitos da pandemia e da percepção de evolução da agenda de reformas muito aquém do necessário.

Além disso, o salto na inflação no atacado tem estimulado debates sobre contaminação dos preços ao consumidor, num momento em que o Banco Central expressa intenção de manter a Selic na mínima recorde de 2% por um período prolongado.

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No exterior, preocupações sobre o aumento de casos de coronavírus e uma recuperação econômica instável continuaram pesando nos mercados.

A França, por exemplo, registrou um recorde de 10.593 casos de coronavírus confirmados na quinta-feira, a maior leitura diária desde o início da pandemia, enquanto discussões sobre um segundo lockdown circulavam no Reino Unido à medida que as internações hospitalares dobram a cada oito dias.

"Se o aumento nos casos se tornar forte o suficiente para que os bloqueios tenham que ser apertados a ponto de prejudicar a recuperação econômica, então isso se torna um fator de risco", disse Mobeen Tahir, diretor associado de pesquisa do Wisdom Tree.

Variação do dólar em 2020 — Foto: Economia G1

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